Professores de Alpinópolis, atuantes na rede estadual de ensino, participaram de um ato público, nesta segunda-feira (18), em prol dos direitos dos servidores da educação. O movimento aconteceu na Praça Osvaldo Américo dos Reis e teve início por volta das 17h30min, contando com participação de professores do D. João VI, Dona Indá e da Escola Estadual de Furnas. O ato teve como objetivo, além da manifestação de descontentamento com a situação, esclarecer os pais e alunos sobre os motivos da paralisação iniciada na semana passada. Na região, cerca de 143 instituições já aderiram à greve desencadeada pela falta de pagamento regular dos salários da categoria.
Desde 2016 o Governo de Minas vem fazendo o pagamento do funcionalismo de forma escalonada. A primeira parcela deste mês, referente a maio, foi paga para apenas uma parte dos servidores de educação, fato que gerou revolta e levou ao movimento de paralisação. Esta é a segunda vez que a classe entra em greve neste ano em Minas Gerais.
Dorfília Lúcia, professora da rede estadual em Alpinópolis, explica que os profissionais estão com as atividades paralisadas e o motivo é simples: a classe não está recebendo salário, o que é direito de todos. Ela diz que, além da questão salarial, existe o notório processo de sucateamento pelo qual vêm passando as escolas, o que prejudica o desenvolvimento das atividades em sala de aula. “A verdade é que a educação é prioridade apenas no discurso, principalmente durante as campanhas políticas. No dia a dia, quem está dentro ou tem vínculos com a escola, sabe que não é bem assim. Muito se fala em educação de qualidade, no entanto, as instituições não contam com materiais para diversificar e trazer essa condição para as aulas. Os professores usam, basicamente, três coisas dentro da sala: a voz, o quadro e a caneta. Como se isso não bastasse, o governo ainda deixa de pagar os vencimentos dos profissionais da categoria. As escolas e os professores pedem socorro nesse momento. Precisamos da compreensão e do apoio de toda sociedade. Ou lutamos agora ou veremos o barco afundar, sem bote salva vidas pra ninguém”, disparou a educadora.
Sob orientação do Sindicato Único dos Trabalhadores de Educação de Minas Gerais – SindUte, a categoria promete permanecer com as atividades paralisadas até o pagamento da primeira parcela do salário de junho. O depósito foi anunciado pelo governo para o último dia 13. Contudo, o Executivo estadual informou que, devido à greve dos caminhoneiros, a arrecadação de Minas diminuiu cerca de R$ 340 milhões, por isso, não havia recursos para o pagamento dos professores e demais servidores.