Após os escândalos no último final de semana envolvendo o presidente da Câmara Municipal de Alpinópolis Douglas Brasileiro Freire, o Douglas Tintas (PP), a reunião do Legislativo desta segunda-feira (16) foi marcada pela tensão e cobranças de providências.
A vereadora Jaqueline Rocha (DEM) abriu os pronunciamentos falando sobre o caso. Enfatizou a reincidência do ato e cobrou, nominalmente, os parlamentares que votaram contra seu pedido de instalação da Comissão Processante para investigar a conduta do presidente, que já havia sido preso em Passos, no carro da Câmara, também por embriaguez ao volante. Disse ainda que algo precisa ser feito urgentemente, pois o nome do Legislativo Municipal está sendo enlameado devido aos recorrentes acontecimentos negativos veiculados pela mídia. Terminou dizendo que ela e os colegas de oposição já fizeram o que precisava ser feito e que, agora, gostaria de saber qual seria o posicionamento dos demais vereadores que apoiaram a permanência do presidente no cargo, votando contra o requerimento apresentado por ela em junho, sendo este derrubado por cinco votos a três.
Na sequencia da reunião, de onde menos se esperava, veio o pedido de afastamento de Douglas Tintas do cargo. A iniciativa partiu do situacionista Luiz Paiva (PRB), componente do mesmo bloco político do presidente, que na ocasião anterior foi um dos parlamentares a votar pela derrubada do requerimento de Jaqueline Rocha. O vereador solicitou a interrupção da sessão e, assim, protocolou um novo requerimento pedindo que Douglas fosse afastado.
Paulina do São Bento (PTB), que anteriormente também havia votado contra o requerimento de Jaqueline, endossou a iniciativa do colega Luiz Paiva e declarou seu apoio ao afastamento. Outra vereadora que manifestou em plenário seu posicionamento foi Sandra do Nequinha (PSD), que reiterou sua postura em afastar o atual presidente.
Os demais parlamentares não usaram a palavra para comentar o caso.
Diante da postura tomada pelos colegas Douglas Tintas, durante o período da reunião denominado regimentalmente como “Momento da Presidência”, foi enfático em afirmar que não intenciona renunciar ao cargo e pretende cumprir seu mandato até o final.
O requerimento do vereador Luiz Paiva será votado na próxima sessão ordinária que acontecerá na segunda-feira (23), quando o plenário decidirá pela abertura (ou não) de uma Comissão Processante que terá como escopo analisar e tomar providências relativas ao caso.
PRESIDENTE NEGA EMBRIAGUEZ
Antes do início da reunião, Douglas Tintas foi procurado pelo repórter de uma emissora de TV da região e, na entrevista, negou que tenha bebido na oportunidade do acidente. Segundo ele o bafômetro utilizado pela Polícia Militar Rodoviária, que acusou presença de 0,83 miligramas de álcool por litro de sangue, estaria desregulado. “No teste deu, mas aí que está. Eles mesmos me falaram que esse aparelho poderia não estar correto, por não estar calibrado e aferido. Eu nunca iria fazer um teste que fosse para ser usado como prova contra minha própria pessoa”, declarou o presidente.
O comandante do 2º Grupamento de Policiamento Rodoviário de Alfenas, sargento Vander Domingos, negou que algum militar tenha dito que o equipamento está estragado ou desregulado. Ainda segundo o sargento, o bafômetro da Polícia Militar Rodoviária de Alfenas é aferido anualmente, sendo que a atual aferição vale até o dia 28 de março de 2016.