Musilanche, a casa noturna que fez história em Alpinópolis

♪ By the rivers of Babylon… there we sat down… ♬

♫  Ye-eah we wept… when we remembered Zion… ♩

Quem já passou dos trinta e poucos anos de idade, com certeza, sempre que escuta esse trecho da canção Rivers of Babylon da banda Boney M, aperta os olhos recordando com doída saudade uma das mais emblemáticas casas noturnas alpinopolenses: o Musilanche. As originais coreografias executadas ao som de sucessos internacionais do já referido Boney M, do Modern Talking, do Creedence e Guns and Roses, além das baladas nacionais cantadas pelo Raça Negra, Alceu Valença, Zezé de Camargo e Luciano, É o Tchan, entre tantos outros; proporcionaram à juventude alpinopolense muita diversão durante as quase duas décadas de funcionamento desse local que acabou se tornando parte da história de muita gente.

O Musilanche foi inaugurado no dia 22 de dezembro de 1984 e funcionou até 29 de agosto de 2004, segundo relatou João Gualberto Vilela, proprietário da casa nos seus quase 20 anos de existência. O pitoresco nome Musilanche surgiu de uma viagem a São Miguel do Araguaia, no estado de Goiás, cidade na qual o comerciante conheceu um bar que, além de servir refeições e proporcionar apresentações musicais à clientela,  ostentava essa inusitada nomenclatura em seu letreiro. Pela similaridade com o empreendimento que tinha em mente implantar, o nome veio junto no pacote de idéias trazido do estado goiano.

Um detalhe interessante, que não pode ficar sem registro, é que em 1983, João Gualberto montou um bar provisório, em uma barraca de bambu, no mesmo lugar onde posteriormente funcionou o Musilanche. O sucesso deste improvisado empreendimento, que ficou conhecido com “Barraca da Música da Saudade” foi o que  o animou a se dedicar ao ramo. “Quando montei essa barraca, bem na época do lançamento do sucesso Música da Saudade, da dupla Gilberto e Gilmar, o movimento foi muito grande e então resolvi que daria seqüência ao negócio. Assim, investi minhas economias na construção do barracão, equipamento de som e na montagem do bar, tudo mais ou menos nos moldes que tinha visto em Goiás. Daí nasceu o Musilanche”, lembrou com visível saudosismo.

Foram várias fases que marcaram a existência do Musilanche, tendo iniciado como um bar/restaurante, logo se transformando em discoteca (termo muito utilizado na época), depois em um animado forró (com música ao vivo) e voltando a ser restaurante mas, desta vez, com a inovação de servir chopp. No final de 1994, quando foi estabelecida a sociedade com Hélio Morais, o Musilanche tornou-se a danceteria mais badalada da cidade e assim permaneceu até o ano de 1997, quando a parceria foi rompida e Hélio montou a danceteria Hangar, outra casa noturna que deixou boas lembranças nos alpinopolenses.

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No final dos anos 90, devido à queda do movimento causada pela abertura de outros estabelecimentos concorrentes, João Gualberto chegou a cogitar o fechamento da casa, porém foi insistente e isso só veio a ocorrer de fato em agosto de 2004.

O Musilanche sempre será lembrado por quem frequentou a noite alpinopolense nas décadas de 80, 90 e início dos anos 2000. Hoje o local, na Praça do Rosário, é ocupado pela Speed Academia,  porém sempre desperta um sentimento nostálgico de um tempo que marcou a vida de quem teve o privilégio de vivê-lo.

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