Liberdade de imprensa em Alpinópolis

EDITORIALA queda da censura, ainda durante o regime militar, e a garantia de liberdade de expressão contundentemente redigida na Constituição Federal de 88, são marcos fundamentais na redemocratização brasileira. Essas conquistas espinhosas custaram sacrifícios ao povo.

Há que entender a liberdade de imprensa como uma capacidade que tem o individuo de publicar e acessar informação (usualmente na forma de notícia), através de meios de comunicação em  massa, sem interferência do estado. Embora a liberdade de imprensa seja a ausência da influência estatal, ela pode ser garantida pelo governo através da legislação. Ao processo de repressão da manifestação dos pensamentos e ideias é que chamamos de censura. E ela, discretamente, vem dando sinais de que pode estar voltando e, aos poucos, começa a sufocar a livre expressão.

Já dizia Thomaz Jefferson, esse baluarte da democracia norte-americana, que “é preferível viver em um país sem governo, mas com imprensa livre, do que o contrário”. Exaltada seja a democracia e seus defensores! Portanto, há os que entendem ser a imprensa livre um inconveniente a seus sistemas políticos semi-ditatoriais. Em pequenas comunidades como Alpinópolis, sob a ameaça de ver o poder escorrer por entre os dedos devido à publicação da verdade, os poderosos articulam-se e, usando do poderio disponibilizado pela máquina pública, impõe a repressão a quem deseja somente, e tão somente, levar a verdade ao povo. Um dos meios usados para ameaçar a imprensa é uma artimanha denominada Censura Judicial e, por aqui, os ardilosos donos do poder já começam a botar as manguinhas de fora e direcionar seus exércitos de juristas aos órgãos de imprensa local.

O Tribuna Alpina é um canal de comunicação que propõe, desde seu nascimento em 2012, a trazer informação e fomentar a cidadania. A proposta central é munir o cidadão com informações de qualidade para que este forme sua opinião e, dessa forma, exerça com plenitude sua cidadania. Tudo pautado na verdade, na mais absoluta verdade. E o que não vamos e nem consideramos possível aceitar, tendo como base a nossa Constituição Federal, é a censura prévia e a tentativa de utilizar o Judiciário para nos intimidar e nos calar.

Mesmo diante das ameaças desta famigerada Censura Judicial, afirmamos que o jornal não mudou (e nem mudará) em nada sua cultura da irreverência e proposta de direcionar críticas ácidas aos desmandos do poder público local. Com o mesmo ânimo do início continuaremos dando vida aos valores de liberdade e independência que são o fundamento de nossa identidade. Continuaremos informando, investigando, entrevistando, editando, publicando e desenhando sobre todos os temas que nos pareçam legítimos, em um espírito de abertura, enriquecimento intelectual e debate democrático. O Tribuna Alpina deve isso a seus leitores. Nós, do corpo editorial do jornal, devemos isso à democracia.  Ao referir-se a seus perseguidores, certa feita disse o escritor tcheco Vaclay Havel, opositor ferrenho do totalitarismo, que: “nós não somos como eles”. Achamos por bem nos apossar da expressão deste herói da liberdade para afirmamos que os conhecemos bem e, definitivamente, “nós não somos como eles”. Essa é a nossa força.

Queremos uma Alpinópolis diferente e para isso vamos dizer a verdade, independente de quanta pressão vamos ainda receber. Não tem sido fácil, estamos em luta com forças políticas enraizadas no poder alpinopolense há décadas. Sabíamos das dificuldades quando o projeto foi iniciado e estamos dispostos a ir até o fim, pois “nós não somos como eles”.

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