História do abastecimento de água em Alpinópolis

Antiga Caixa D'Água de Alpinópolis, localizada no bairro Rosário. Foto: Alexandre Cardoso
Antiga Caixa D’Água de Alpinópolis localizada no bairro Rosário.
Foto: Alexandre Cardoso

Na atualidade a cidade de Alpinópolis conta com, praticamente, 100% dos domicílios e pontos comerciais/industriais abastecidos por água encanada. De acordo com o Sistema de Informação da Atenção Básica do Ministério da Saúde (Siab) 83,9% da população alpinopolense é servida pela rede pública de abastecimento (cerca de 4.798 famílias), 16% por poço ou nascente (cerca de 915 famílias, a grande maioria residente na zona rural) e 0,1% por outras fontes (cerca de 3 famílias). O município firmou convênio com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), no ano de 1982, logo após o prefeito Osvaldo Américo dos Reis sancionar a Lei Municipal nº 884, que concedeu à autarquia a exploração do atendimento de abastecimento urbano de água. A implantação definitiva dos serviços se deu no mandato seguinte, quando Alberto Gonçalves Freire chefiava o Executivo, e o município passou a ser, de fato, atendido pela concessionária. O antigo sonho de trazer a água tratada para Alpinópolis foi então realizado.

COMO TUDO COMEÇOU

A água no arraial de São Sebastião da Ventania passou a ser captada e armazenada em 1821, portanto há 197 anos. A captação era feita em uma fonte que brotava na Serra do Chapadão e corria, por meio de queda natural ou em bicas de macaúba, até o antigo reservatório que ficava no bairro Rosário.

A canalização da água somente foi realizada muitas décadas depois e o alpinopolense da época precisava pagar à administração do município de Nova Rezende (Villa Nova de Rezende), de onde Ventania era distrito, a quantia de 8$000 (oito mil réis) por ano para desfrutar daquela regalia. O fornecimento era feito no período entre 6:00h e 18:00h, quando um zelador abria e fechava o registro. Em 1938 foi construído um novo reservatório sobre os alicerces do antigo e conservou-se a primitiva placa de identificação que trazia os seguintes dizeres: REZERVATÓRIO D’ÁGUA – 30 DE MAIO DE 1821.

Uma lei municipal da cidade de Nova Rezende (Lei nº 6 de 29 de janeiro de 1913) dispunha sobre o orçamento para reparos na rede de água potável de nosso arraial e uma resolução (Resolução nº 11 de 29 de janeiro de 1913) criava a taxa que o morador pagaria pelo serviço.

Vista panorâmica de Alpinópolis por volta de 1915.
Vista panorâmica de Alpinópolis por volta de 1915.

No início do século XX este serviço era oferecido ao público por meio de “torneiras” nas quais o cidadão poderia buscar a água e levar até sua residência. Essas “torneiras” eram controladas pelo zelador e eram espalhadas por diversos pontos do arraial, como na esquina da Av. Governador Valadares com Rua Major João Gonçalves; esquina da Rua José Gonçalves de Paula com a Rua João Batista de Carvalho e em frente ao Fórum (na época, embaixo de uma figueira). Havia também uma série de minas d’água onde também era possível providenciar o abastecimento.

Referência Bibliográfica: LOPES, José Iglair. História de Alpinópolis: nos séculos XVIII, XIX e XX, até 1983/José Iglair Lopes; colaborador: Dimas Ferreira Lopes. – Belo Horizonte: O Lutador, 2002.

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