Na atualidade a cidade de Alpinópolis conta com, praticamente, 100% dos domicílios e pontos comerciais/industriais abastecidos por água encanada. De acordo com o Sistema de Informação da Atenção Básica do Ministério da Saúde (Siab) 83,9% da população alpinopolense é servida pela rede pública de abastecimento (cerca de 4.798 famílias), 16% por poço ou nascente (cerca de 915 famílias, a grande maioria residente na zona rural) e 0,1% por outras fontes (cerca de 3 famílias). O município firmou convênio com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), no ano de 1982, logo após o prefeito Osvaldo Américo dos Reis sancionar a Lei Municipal nº 884, que concedeu à autarquia a exploração do atendimento de abastecimento urbano de água. A implantação definitiva dos serviços se deu no mandato seguinte, quando Alberto Gonçalves Freire chefiava o Executivo, e o município passou a ser, de fato, atendido pela concessionária. O antigo sonho de trazer a água tratada para Alpinópolis foi então realizado.
COMO TUDO COMEÇOU
A água no arraial de São Sebastião da Ventania passou a ser captada e armazenada em 1821, portanto há 197 anos. A captação era feita em uma fonte que brotava na Serra do Chapadão e corria, por meio de queda natural ou em bicas de macaúba, até o antigo reservatório que ficava no bairro Rosário.
A canalização da água somente foi realizada muitas décadas depois e o alpinopolense da época precisava pagar à administração do município de Nova Rezende (Villa Nova de Rezende), de onde Ventania era distrito, a quantia de 8$000 (oito mil réis) por ano para desfrutar daquela regalia. O fornecimento era feito no período entre 6:00h e 18:00h, quando um zelador abria e fechava o registro. Em 1938 foi construído um novo reservatório sobre os alicerces do antigo e conservou-se a primitiva placa de identificação que trazia os seguintes dizeres: REZERVATÓRIO D’ÁGUA – 30 DE MAIO DE 1821.
Uma lei municipal da cidade de Nova Rezende (Lei nº 6 de 29 de janeiro de 1913) dispunha sobre o orçamento para reparos na rede de água potável de nosso arraial e uma resolução (Resolução nº 11 de 29 de janeiro de 1913) criava a taxa que o morador pagaria pelo serviço.
No início do século XX este serviço era oferecido ao público por meio de “torneiras” nas quais o cidadão poderia buscar a água e levar até sua residência. Essas “torneiras” eram controladas pelo zelador e eram espalhadas por diversos pontos do arraial, como na esquina da Av. Governador Valadares com Rua Major João Gonçalves; esquina da Rua José Gonçalves de Paula com a Rua João Batista de Carvalho e em frente ao Fórum (na época, embaixo de uma figueira). Havia também uma série de minas d’água onde também era possível providenciar o abastecimento.