Filme sobre a vida de Jesus é gravado no Monte das Oliveiras, em Alpinópolis

Quando a diretora Tita Fernandes e o proprietário da Bigboss Produções, Ricardo Assis, decidiram gravar o filme “Príncipe da Paz”, que conta a vida de Jesus, eles começaram a procurar locais que seriam viáveis para as cenas. Chegaram a fechar possibilidades em outas localidades de Minas Gerais, como Macacos e Andiroba. Mas, ao saberem do Monte das Oliveiras, em Alpinópolis, resolverem conhecer e foi a surpresa feliz para ambos.

Tita Fernandes conta que um dos integrantes de sua equipe de produção lhe disse que o padre da paróquia em que ele frequenta informou sobre o Monte das Oliveiras, em Alpinópolis. “Então, eu, meu assistente de direção e alguns da produção resolvemos visitar o local e ficamos superimpactados com tudo o que vimos. E quando chegamos a Belo Horizonte, começamos a nos preocupar com a logística da viagem”, afirmou a diretora.

Questionada sobre o cenário natural construído para ser uma réplica do Monte das Oliveiras, que já recebeu inúmeros espetáculos sobre a vida e morte de Jesus, Tita Fernandes contou que, ao chegar ao Monte das Oliveiras, ficou com vontade de criar mais cenas.

“Era tamanha a beleza, que eu queria fazer mais cenas para utilizar cenários que não estavam no roteiro. Alguns, nós conseguimos utilizar em outras cenas. Certamente, superou nossas expectativas”, disse Tita.

Para Ricardo Assis, o lugar é lindo. “Com certeza, contribuiu muito para uma maior imersão do personagem. Mas, acredito que para um papel de Jesus bem representado o essencial é estar com Deus. E isso não é restrito a um local; é uma busca pessoal”, contou.

Com relação ao uso de parte do elenco local, a diretora conta que esse é mais um diferencial da Bigboss. “O elenco é bastante eclético. Nem todos são atores e nem todos são atores com registro na Delegacia Regional do Trabalho (DRT). É claro que os papéis mais relevantes são dados para atores com mais prática, embora isso não descarte a necessidade de uma preparação. Mas, todos que mostram interesse em participar são acolhidos e devidamente preparados de acordo com o personagem. Ao todo, tivemos uma média de 120 pessoas atuando nesse filme”, informou.

Para trabalhar com o elenco de Alpinópolis, a produção criou um grupo no Whatsapp só para eles. “Tivemos uma média de 30 a 35 atores da cidade. A princípio, todos foram chamados para fazer figuração e estavam cientes disso. Mas também foram informados de que poderiam ser chamados para algum personagem específico. Foi o que aconteceu com algumas pessoas que acabaram assumindo papéis com pequenas falas. É bom ressaltar que esses papéis foram selecionados apenas por perfil, não tendo nada de pessoal nas escolhas”, salientou.

O longa, com duração de 2h20min, será lançado na Rede Benção de Televisão, que está com a Bigboss Produções desde o início do projeto e também será exibido em teatros de Belo Horizonte. “Temos também uma estreia em praça pública na cidade de Alpinópolis e estamos negociando com outras emissoras. As datas ainda não estão acertadas”, disse a diretora.

Tita afirma que a direção pensa em participar de festivais, mas não pela competição e, sim, para uma maior propagação do longa, que foi filmado integralmente com recursos próprios e apoio por parte de alguns amigos que acompanham a Bigboss há muito tempo e conhecem a seriedade de tudo o que ela produz.

A diretora Tita Fernandes conta à reportagem que, em “Príncipe da Paz” tiveram o maior cuidado em não levantar bandeira de nenhuma religião. Questionada sobre ser mulher e dirigir um filme sobre a história de um dos homens icônicos da humanidade, Tita afirma que tudo o que remete a Cristo ou a algo em que tem Cristo como foco a atrai.

 “O nosso foco é apenas contar a história universalmente conhecida, dando uma maior abrangência no lado humano de Jesus e focando mais em seu ministério. Mas esse projeto, especificamente, me fez olhar a passagem de Jesus com outros olhos. Na gravação da cena do sepulcro, por exemplo, entrar naquele lugar me fez sentir a presença Dele no nosso meio. Outra cena que mexeu muito comigo foi a Ressurreição de Lázaro. Ao final da cena, eu estava chorando rios. Todos os atores – principais e figurantes – fizeram tão bem essa cena que eu me senti no tempo de Jesus, presenciando esse milagre. Foi um momento tocante. E eu tinha que me controlar, porque tinha uns 30 a 40 atores no set dependendo do meu comando. É um sentimento que não dá para descrever em palavras. É só sentir, sentir e sentir”, concluiu Tita.

Fonte: Folha da Manhã

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