A Escola Municipal Francisco Leite foi interditada depois de um laudo da Vigilância Sanitária de Alpinópolis apontar que a água estava imprópria para o consumo. A unidade fica na zona rural e a prefeitura decidiu transferir as crianças para a cidade, mas a decisão não tem agradado os pais nem os alunos.
Segundo o laudo, foram encontrados a bactéria ‘Escherichia coli’ e coliformes fecais, o que torna a água imprópria. Só que alguns pais questionaram em qual água essa análise foi feita. “A água que é utilizada hoje vem no caminhão pipa, coletada na cidade, da Copasa. A água para limpeza, para lavar o chão, para limpar a escola. E a água para beber e cozinhar vem em galão, água mineral. No laudo está constando que coletou água de cisterna, que analisou água de poço artesiano”.
No entanto, segundo o coordenador da vigilância em saúde, a amostra foi coletada na torneira, que utiliza água do caminhão pipa. “Eu não sei se ela teve contaminação na própria caixa d’água ou durante o transporte, porque é uma coletada aqui dentro do município, é uma água tratada”, diz Ederaldo Silva Leandro.
PROBLEMA ANTIGO
Essa não é a primeira vez que a escola enfrenta um problema assim. Em 2013, a água usada na esteve suja de terra. Para fazer a merenda, a escola estava recebendo água de um vizinho. Na época, a situação foi denunciada ao Ministério Público, que pediu providências ao município.
Algumas medidas foram adotadas, a escola recebeu uma reforma, ganhou até uma quadra e a interdição não foi necessária. Mas agora, com a decisão de transferir as crianças pra cidade, muitos pais ficaram preocupados e não mandaram os filhos para a aula. “Se for para ir para a cidade, automaticamente, uma hora, uma hora e meia antes, de madrugada. Aí nós teríamos que rever lá na cidade para tentar fazer uma parte da tarde, e não na parte da manhã. Aí já é outra história”, diz o produtor rural Vanderlei Rodrigues de Miranda.
ALTERNATIVA
Ainda segundo os pais, um vizinho já se comprometeu em ceder a água de poços artesianos. “Aí já está resolvido. Se for a água, já pode abrir a escola. Por que não abre? Tem é que resolver esse trem. Porque os meninos não vão. Como eles vão andar na perua aí, sem cadeirinha?”, questiona o produtor rural Wilson Alves da Silva.
Segundo a coordenadora do Departamento de Educação de Alpinópolis, Maria das Dores Vilela, essa possibilidade já está sendo analisada. “Sendo feita a análise, é uma água tranquila, boa, não tem problema”, diz Maria das Dores Vilela. “Não queremos [fechar a escola] e nem falamos isso hora nenhuma. Falamos em interditar, mas a escola é lá” completa.
Técnicos da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) do campus de Passos (MG) vão quarta-feira para Alpinópolis para analisar a água dos vizinhos e ver se ela pode ser canalizada até a escola.
Fonte: G1 Sul de Minas