Dom Gerardo Ferreira Reis, um bispo alpinopolense

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Filho de Domingos Pinto dos Reis e de D. Maria Anunciação Ferreira Lopes, nasce  no dia 1º de outubro de 1911, em Alpinópolis, Gerardo Ferreira Reis (Gerardo e não Geraldo). Este  menino se tornará bispo da Igreja Católica Romana, integrando, assim, a galeria dos filhos ilustres da terra natal.

D. Gerardo, pouco depois de se tornar padre, revelará sua liderança e aptidão política, tendo participado do grupo emancipacionista (emancipação da Ventania de Nova Rezende).

Os dados da biografia eclesiástica de D. Gerardo Ferreira Reis podem assim ser resumidos:

  • 21/06/1936: Ordenação sacerdotal, na Igreja Matriz de Passos;
  • 27/06/1936: Celebração da primeira missa, na Igreja Matriz de Alpinópolis;
  • Pastor por 25 anos na Diocese de Guaxupé (pároco em Monte Santo e capelão em Poços de Caldas);
  • 16/06/1961: Nomeado pelo papa João XXIII para ser o bispo na Diocese de Leopoldina/MG, diocese criada em 28/03/1942, tendo D. Gerardo se tornado seu segundo bispo, sucedendo a D. Delfim Ribeiro Guedes (1943-1960);
  • 24/08/1961: Consagração Episcopal em Guaxupé, por D. Inácio João D’Almonte (consagrante principal), assumindo a Diocese de Leopoldina, onde foi bispo por 24 anos, aposentando-se aos 05/08/1985;
  • Bispo Emérito de Leopoldina aos 14/08/1985;
  • Capelão do Carmelo São José de Passos a partir de 10/09/1985, onde ingressou para a Ordem Terceira das Carmelitas como orientador espiritual (22/06/1986).

D. Reis participou do Concílio Vaticano II, ou seja, esteve presente naquele inspirado momento em que o papa João XXIII iniciou as reformas necessárias para a “Igreja dos Tempos de Hoje”.

Embora com pose aristocrática, D. Gerardo Reis era muito humilde. Sempre se revelou um bom filho, atencioso com os parentes, valorizando os encontros familiares. Gostava de jogar “buraco” com os cunhados Durval Ribeiro Magalhães e Horácio Gonçalves dos Reis, o “Horácio do Nequinha”, casados, respectivamente com suas irmãs Candota e Ana. O quarto parceiro era seu irmão José Sebastião dos Reis, casado com D. Rosa, moradores há mais tempo na Ventania. Tinha outros parentes e “amigos chegados” que também jogavam.

Muito disciplinado nas leituras diárias, estudioso e profundo, excelente orador, tinha grande limpidez na dicção oratória que a todos chamava atenção. Em Alpinópolis sua última celebração pública foi o casamento do advogado e diácono Dimas Ferreira Lopes e Maristela de Melo Faria Lopes, aos 03 de maio de 1992. Já não estava muito bem de saúde, mas mesmo assim oficiou ao lado do padre Ubirajara, com um entrosamento e disposição joviais, mas, certamente, se despedindo da comunidade alpinopolense, pois durante a cerimônia anunciou, com surpresa para todos, que escrevera ao papa João Paulo II, tempos antes, e que fora autorizado a dar uma benção especial para todos da cidade, o que naquele momento fazia. Em Passos, continuou a celebrar mesmo acomodado na cadeira de rodas.

No “Livro de Visitantes” do “Monte das Oliveiras”, aqui em Alpinópolis, em visita aos 30 de março de 1986, D. Gerardo anotou: “Nem todas as pessoas têm a possibilidade de visitar os Lugares Santos, a distância e o dispêndio da viagem o impedem. Nem todos têm a facilidade de poder mentalizar, criando imagens na imaginação, das coisas maravilhosas da Terra Santa. Este empreendimento que ali se leva a efeito vai resolver para essas pessoas as dificuldades acima. Quem visitar ‘Monte das Oliveiras’ vai ter, aqui em Alpinópolis, de forma quase sensível, as riquezas magníficas da Terra Santa. Que esse projeto se realize, pois, para o bem espiritual de muita gente.”

D. Gerardo faleceu em Passos aos 22 de junho de 1995, sendo velado o seu corpo na Igreja Matriz, com missa solene, concelebrada por padres e bispos da região. Acorreram várias famílias de Alpinópolis para a despedida no sepultamento.

A cidade de Passos já lhe tributou nome de rua no bairro da Penha. Também em Leopoldina existe rua com o nome de D. Gerardo Ferreira Reis (bairro Nova Leopoldina), além do Centro de Pastoral D. Reis, situado na Rua Padre José Domingues, no bairro Seminário.

 

Referência Bibliográfica: LOPES, José Iglair. História de Alpinópolis: nos séculos XVIII, XIX e XX, até 1983/José Iglair Lopes; colaborador: Dimas Ferreira Lopes. – Belo Horizonte: O Lutador, 2002.

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