Dia de Finados movimenta o Cemitério Municipal de Alpinópolis

Entre três e quatro mil pessoas devem passar pelo Cemitério Municipal de Alpinópolis nesta sexta-feira (2), data em que se homenageia, segundo as tradições católicas, “a lembrança dos fiéis defuntos”. Durante toda a semana o cemitério recebeu pessoas que foram decorar e limpar diversos túmulos. As famílias fazem questão de deixar os jazigos da parentela arrumados para acolher os visitantes a cada Dia de Finados.

Enquanto a data é exclusivamente de reflexão para a maioria, alguns fazem deste dia uma oportunidade de renda extra. Assim é para donos de floriculturas e ambulantes que aproveitam a movimentação durante o feriado para incrementar os rendimentos.

O Cemitério Municipal, que já está com sua capacidade de aproveitamento a ponto de ser esgotada, encontra-se em funcionamento desde 1919, ano em que foi desativado o antigo campo santo da cidade, que ficava situado onde hoje é a Praça Dr. José de Carvalho de Faria (Praça do Rosário). Este primeiro espaço de sepultamentos, do então arraial de São Sebastião da Ventania, começou a ser utilizado em 1825 e por mais de nove décadas serviu à comunidade local. Os enterrados nesta área tiveram seus restos mortais transferidos para o novo cemitério, inaugurado no dia 2 de novembro de 1919, portanto há exatos 99 anos.

Na necrópole alpinopolense ainda existem jazigos construídos à época de sua inauguração. Um deles é o da família de Antônio Villela dos Reis (Coronel Tonico Villela), conhecido fazendeiro e capitalista da cidade, bisneto de D. Indá. Esse túmulo acomoda, também, os restos mortais de Francisco Villela dos Reis, pai do coronel, falecido em 1898, portanto sepultado inicialmente no antigo cemitério do arraial.

Jazigo da família do Cel. Tonico Villela

A comunidade alpinopolense, composta por mais de 89% de católicos – segundo o último censo do IBGE – mantém fielmente a prática de homenagear seus falecidos no Dia de Finados. Essa tradição religiosa é bastante antiga e se iniciou por volta do ano de 998, quando um abade do mosteiro de Cluny, na França, ordenou que os monges orassem pelos mortos, especialmente por aqueles de quem ninguém lembrava mais. A oração virou uma tradição, que foi ficando cada vez mais popular. Até que, no século 13, esse dia de celebração passou a ser 2 de novembro, dia seguinte ao Dia de Todos os Santos.

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