Acontece na igreja de São Vicente, às 18h deste domingo (22), uma missa em memória do historiador alpinopolense José Iglair Lopes, morto em 2002. A celebração será realizada em conjunto pelo padre Donizetti de Brito, pároco local, e o diácono Dimas Ferreira Lopes, filho do homenageado. Na oportunidade será lembrada a data de falecimento do idealizador do Monte das Oliveiras e autor do livro ‘História de Alpinópolis’.
“Caiu, a primeira folha da oliveira mais pura…” Foi assim que, há 16 anos, o diretor teatral passense Gustavo José Lemos lamentou o passamento de um dos principais ícones culturais da história de Alpinópolis. Em 22 de julho de 2002 falecia aquele “que viveu imerso em dignidade, crença e responsabilidade em manter a palavra de Deus nos corações dos homens”.
Sua morte foi motivo de luto na cidade e repercutiu nos principais veículos de imprensa da região. Uma Moção de Pesar, de autoria do então vereador Joaquim Batista de Melo, foi outorgada pela Câmara Municipal de Alpinópolis em razão da relevância dos serviços prestados por Iglair à comunidade alpinopolense. “Ventania perde um idealista”, escreveu o jornalista Ênio Modesto em sua coluna no jornal Folha da Manhã, salientando que seu falecimento surpreendeu e foi lamentado por muita gente que admirava sua obra.
José Iglair Lopes nasceu em Alpinópolis em 1° de julho de 1935, sendo filho do comerciante Geraldo Ferreira Lopes e de dona Zenaide Gonçalves Kraüss Lopes, primogênito de sete irmãos. Em 07 de janeiro de 1958, casou-se com Nara Gonçalves Clatt Lopes, tornando-se pai de quatro filhos. Fez seus estudos na cidade natal, no Ginásio Paraisense, em São Sebastião do Paraíso, na Escola Agrotécnica de Muzambinho, sem, contudo, ter cursado uma faculdade. Vicentino, em sua gestão na presidência do conselho, construiu a Capela de São Vicente. Estudioso da Bíblia e da historia das religiões, foi o idealizador do ‘Monte das Oliveiras’, espaço religioso ecumênico, cultural e de atração turística da cidade. Autodidata, investigou a história municipal, condensando as conclusões na obra ‘História de Alpinópolis nos séculos XVIII, XIX e XX’.
José Iglair deixou acervo contendo os documentos, fotografias, manuscritos e demais meios comprobatórios da investigação, devidamente identificados e catalogados por assunto, os quais têm servido de fonte de pesquisa para os estudantes. Foi o responsável pela pesquisa histórica da Paróquia de São Sebastião de Ventania, trabalho em colaboração com Eloy de faria Filho, João Damasceno dos Reis e Omar Cabral Kraüss, livro publicado pelo conselho Paroquial em 1996 e disponível no site da Mitra Diocesana de Guaxupé. Faleceu, prestes cumprir 67 anos, em 22 de julho de 2002.