Câmara de Alpinópolis critica falta de apoio a projeto esportivo e derruba dois vetos do prefeito

A reunião da Câmara de Alpinópolis da última segunda-feira (22) foi marcada por discussões acaloradas e a rejeição de dois vetos do prefeito José Gabriel dos Santos Filho, o Zé da Loja (PSD). Também foram desferidas duras críticas ao Executivo pela falta de apoio a um projeto esportivo-social que cuida de mais de 150 crianças na cidade.

Nos pronunciamentos o vereador Guilherme Lima (PSD), líder do governo, falou sobre a realização das eleições no próximo domingo, pedindo consciência na hora do voto que irá definir os rumos do Brasil e Minas Gerais pelos quatro anos seguintes. Paulina do São Bento (PTB) disse que gostaria de saber onde está a comprovação de que o montante de R$ 40 mil foi destinado para gastos com foguetes pela prefeitura, informação levantada por Rafael Freire (Avante) durante a reunião anterior. Ela voltou a criticar a obra de reforma da Câmara, dizendo que é dinheiro jogado fora.

Sandra do Nequinha (MDB) parabenizou pela realização do projeto esportivo ‘Filho do Vento’, idealizado e mantido em Alpinópolis por Salvador Assis e família, e desaprovou a falta de apoio da prefeitura que nem sequer o transporte disponibilizou para que os atletas pudessem disputar um campeonato em Franca, no estado de São Paulo. Rafael Freire fez coro com a colega dizendo que a administração é desastrosa, pois quando é preciso dar amparo a uma iniciativa social dessa envergadura, que atende mais de 150 crianças, é omissa e não o faz. Informou que os jovens foram jogar na referida cidade paulista, durante este último final de semana, e de lá trouxeram uma classificação, porém só conseguiram ir porque foi feita uma ‘vaquinha’ para levantar o dinheiro das despesas com transporte.

O presidente José Acácio Vilela (PSDB) também discorreu sobre o ‘Filho do Vento’ e desaprovou a falta de suporte da prefeitura. Lembrou que vereadores da oposição visitaram o projeto, em companhia do deputado Emidinho Madeira (PSB), onde puderam ver a grandiosidade da iniciativa. Quinca do Tião Roberto (PTB) questionou sobre a questão da ajuda negada pelo poder público municipal ao projeto, perguntando se havia qualquer tipo de comprovação de que algum pedido havia sido feito e posteriormente ter sido recusado pela administração. Mauro da Ração (PR) respondeu à indagação do colega esclarecendo que foi feito um ofício com a solicitação, por um dos responsáveis pelo projeto, o qual foi entregue ao Departamento de Transportes, sendo o mesmo posteriormente respondido, por escrito, com o comunicado do indeferimento. Lamentou essa recusa e argumentou que a prefeitura deveria valorizar essa natureza de ação colocando, no mínimo, a estrutura de que dispõe para utilização dos participantes.

Rafael Freire ainda falou sobre problemas do Poder Executivo com contratação de pessoal o que, inclusive, deve acarretar a dispensa de servidores em breve, em virtude de irregulares presentes nos contratos. Defendeu a obra da reforma da Câmara, dizendo que está dentro da legalidade e afirmou que a intervenção é necessária. Criticou as filas para marcação de consultas e exames no Departamento de Saúde, a falta de remédios na farmácia municipal e disse que é necessário ir até as escolas do município para ver se algo precisa ser feito nestes locais, além de fiscalizar as vias públicas, muitas das quais apresentam problemas.

Na sequencia, os vereadores derrubaram o veto total do prefeito ao PL 010/2018, que dispõe sobre o envio de informações à Câmara Municipal sobre indicações e pedidos formulados pelos parlamentares. Foram cinco votos favoráveis, três contrários e uma abstenção. Votaram pela rejeição Rafael Freire, Sandra do Nequinha, Sandra do Joaquim Itamar, Mauro da Ração e José Acácio. Pela manutenção do veto optaram Guilherme Lima, Antônio Carlos Pelota e Quinca do Tião Roberto. Paulina do São Bento se absteve de votar.

Também foi rejeitado, recebendo cinco votos contrários e três abstenções, um veto parcial do Executivo ao PL 011/2018, que dispõe sobre a proibição de plantio e cultivo e do plano de erradicação de árvores da espécie Murta no município. Votaram contra o veto Guilherme Lima, Rafael Freire, Sandra do Nequinha, Sandra do Joaquim Itamar e Mauro da Ração. Abstiveram-se do voto Antônio Carlos Pelota, Quinca do Tião Roberto e Paulina do São Bento.

No decorrer dos pronunciamentos houve troca de farpas entre os parlamentares oposicionistas e a bancada de sustentação do prefeito na Casa. A vereadora Paulina disse que está diariamente na cidade observando o que é necessário e não precisa ser orientada no que deve fazer por colegas da oposição, que só sabem criticar a administração pela internet, e voltou a enfatizar que é contra a reforma da Câmara. Quinca falou sobre o calçamento do bairro Panorama, a implantação de passeios na Vila Betânia e lembrou que providências sobre o loteamento Jardim dos Ipês já estão sendo tomadas. Saiu em defesa do prefeito e disse que, em sua opinião, o Executivo tem feito um bom trabalho, em vista das circunstâncias.

Rafael Freire, em resposta às insinuações da colega Paulina, disse que a função dela parece ser exclusivamente a de ser ‘puxa-saco’ do prefeito e seus apoiadores, além de não zelar pelo cumprimento das normas regimentais, interferindo de forma desrespeitosa e irregular durante discursos alheios. A fala do vereador provocou reações imediatas. Paulina e o companheiro de bancada Antônio Carlos Pelota, de forma exaltada, invadiram o tempo de pronunciamento do líder oposicionista para protestar contra as acusações. Foi necessária uma intervenção da presidência para acalmar os ânimos. Rafael retomou a palavra e terminou dizendo que Paulina votou a favor da concessão dos serviços de esgotamento sanitário à Copasa – o que acabou provocando uma cobrança de 90% sobre o valor da água, iniciada em 2017, relativa à coleta e ao tratamento de esgoto no município – e que gostaria de vê-la, com a mesma garra que defende o prefeito, defender o povo dessa tarifa absurda que vem endividando a população.

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