Cadeia Pública de Alpinópolis é desativada

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Após décadas de funcionamento e anos de reclamações, no início da manhã de ontem a Cadeia Pública de Alpinópolis, que funcionava em situação precária no centro da cidade, foi finalmente desativada. Os 25 detentos que cumpriam pena no local foram transferidos para a unidade de Monte Santo de Minas, que foi recentemente assumida pela Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) e em breve também deverá se transformar em presídio.

Além destes 25 recambiados, outros 14 presos albergados foram transferidos para prisão domiciliar e vão continuar na cidade. “Mas eles continuarão sendo monitorados e em caso de descumprimento da pena o regime regride e eles voltam para o fechado, sendo transferidos para alguma cidade da região”, frisou o delegado Luciano Teobaldo, que até a manhã desta segunda-feira também acumulava a função de diretor da cadeia.

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A unidade funcionava na Rua Antônio Anacleto Rezende, no centro de Alpinópolis. Era ladeada por vários imóveis residenciais e nos últimos anos vinha sendo alvo de constantes reclamações por conta do risco de fugas e também por conta da ação de marginais que aproveitavam da precariedade do local para arremessar drogas e celulares por cima dos muros, entre outros objetos.

Teobaldo explicou que essa foi uma decisão do Estado, acertada em sua opinião, de desativar todas as cadeias públicas nestas condições e retirar das Polícias Civil e Militar a responsabilidade pela guarda dos presos. “Todas as cadeias estão sendo desativadas e aquelas que estiverem em melhor condição ficarão a cargo da Suapi”, disse o delegado, lembrando que a Cadeia Pública de Alpinópolis ficava numa localização inadequada para um centro de detenção e o prédio era muito antigo e precário, o que aumentava os riscos de fuga e facilitava a ação de criminosos.

PRÓS E CONTRAS

Para o delegado, a desativação da cadeia traz desvantagens para os detentos e seus familiares, uma vez que eles foram transferidos para uma unidade a 120 quilômetros de distância. Mas por outro lado isso também pode ser uma vantagem para o próprio preso, que se beneficiará dos serviços da SEDS/Suapi num presídio mais estruturado, e, principalmente, é mais vantajoso para a sociedade local. “Pelo que a gente viu em outras cidades onde já desativou (as cadeias), vai diminuir as vantagens para o preso, mas para a sociedade, nas condições em que a cadeia se encontrava, acredito que vai ser muito mais benéfico. No meu ver a desativação era o mais aconselhável”, complementou o delegado.

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Além dos riscos que a cadeia trazia à população, Teobaldo lembrou que haviam agentes penitenciários apenas durante o dia e que a guarda noturna do local era feita diariamente por 4 ou 5 policiais militares, que agora ficarão disponíveis para reforçar o policiamento ostensivo na cidade. E o delegado, que acumulava a função de diretor da unidade, também terá mais tempo para se dedicar à investigação e apuração dos crimes.

COMBOIO

Dos 25 presos transferidos, 24 são homens e apenas uma mulher. A operação de transferência teve início por volta das 6h, quando um comboio da Suapi chegou na cidade para levar os detentos. Ainda conforme o delegado, toda a operação foi planejada em sigilo para evitar possíveis riscos de fuga.

Teobaldo lembrou também que a desativação da cadeia ocorreu dentro do prazo estipulado e que as outras unidades a serem desativadas em Minas Gerais ou assumidas pela Suapi tem o prazo até março de 2017 para fazê-lo.

O prédio onde funcionava o Cadeia Pública de Alpinópolis pertente ao Estado e ainda não tem um destino definido. “Nós estamos estudando a possibilidade de instalar a delegacia naquele local, mas como eu já disse, o prédio é muito antigo e é preciso fazer um estudo para ver se compensa reformar ou se tem de demolir”, finalizou Luciano Teobaldo.

Fonte: Folha da Manhã – Escrita por Jésus Luiz Lemos

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