Fiico Alvim, o Bola, um grande poeta alpinopolense

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Há três anos Alpinópolis perdia um dos mais brilhantes poetas de sua história. Em novembro de 2014, aos 79 anos, falecia Fiico Alvim, homem que cantou em seus versos a sua tão amada Ventania. Quando um artista se vai, ele não desaparece. Eternizado em sua obra, ele permanece para nós, leitores, pobres vivos.

Nascido no dia da pátria de 1935, permaneceu por toda a vida solteiro. Foi celibatário por opção. No entanto, gabava-se de ter levado vida efervescente de namorador. Não se embrenhou pelas lides da caminhada matrimonial, o que talvez tenha lhe rendido o espaço, concedido apenas pela solidão, para arquitetar versos tão primorosos. Seu primeiro poema foi A Morte do Jorginho (clique aqui para ouvir), escrito em 1951, cujas linhas narram uma morte trágica ocorrida na cidade durante a década de 40. Já a obra que mais gostava é intitulada Fazenda Cachoeira (clique aqui para ouvir), que fala sobre sua primeira escola e de sua amizade com Sebastião Pimenta de Morais, o Bastião Braulino, revelando através das rimas a escalada de sua infância. Seria injusto deixar de mencionar A Morte do Escrivão (clique aqui para ouvir), versos profundamente emocionantes nos quais é contado o triste falecimento de Geraldo Brasileiro, o Dengo.

Bola escreveu dezenas de poemas e lamentava, em tom sentido, a falta de reconhecimento e apoio em relação a sua arte. Residiu os últimos anos de sua vida no Lar São Vicente de Paulo, onde continuou escrevendo versos de primeira linha que o elevam ao patamar de admirável amigo das letras. Bola foi um instrumento pelo qual Deus soprou uma melodia chamada Ventania.

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