Atendimento a gestantes em Alpinópolis é debatido na Câmara Municipal

A reunião da Câmara de Alpinópolis, realizada na última segunda-feira (08), apesar de não contar com nenhuma votação e nem apreciação de matérias, foi marcada por discussões dos vereadores sobre assuntos que já causaram polêmica anteriormente na cidade. Um deles é o atendimento das gestantes pela rede municipal de saúde – que vem sendo alvo de reclamações por parte de usuárias – e outro é relativo à situação das estradas rurais do município, muitas em estado precário, segundo relatos. Os parlamentares ainda falaram sobre a realização da 4ª Feijoada Pró-Apae, ocorrida durante o último final de semana, que contou com a presença de várias lideranças políticas, inclusive o deputado federal Emidinho Madeira (PSB-MG).

Também foi distribuído um projeto, de autoria do vereador Guilherme Lima (PSD), o qual pretende instituir a obrigatoriedade, nas unidades escolares municipais, de se formular um cadastro de saúde para os alunos. A presidente Sandra Aparecida Carvalho Nascimento, a Sandra do Nequinha (MDB), propôs uma emenda ao PL, sugestão que foi bem vista e recebeu aprovação do autor. A proposta deverá ser votada na próxima reunião.

Um ofício enviado pelo prefeito José Gabriel dos Santos Filho, o Zé da Loja (PSD), comunicou a decisão do Executivo de vetar integralmente uma proposta aprovada pela Casa, que estabeleceria, na esfera municipal, o piso salarial a ser pago para agentes comunitários de saúde. No entanto, o veto não pôde ser distribuído por questões regimentais e deve ser apreciado somente na sessão subsequente.

Ainda, em resposta a uma indicação dos vereadores, solicitando a colocação de câmeras de segurança no bairro Vila Betânia, o prefeito comunicou que não poderá instalar os equipamentos devido à falta de recursos da prefeitura.

Os parlamentares fizeram indicações pedindo providências para as estradas rurais do município. O líder da oposição Rafael Freire (Avante) destacou a situação dessas vias da zona rural que, segundo ele, em muitos pontos, estariam em estado vergonhoso. Ironizou dizendo que a prefeitura está sempre pronta para atender grandes fazendeiros, fazendo terreiros de café e outros serviços, mas quando é para arrumar as estradas que beneficiam os pequenos produtores, parece que as máquinas somem.  José Acácio Vilela (PSDB) endossou as palavras do companheiro de bancada e ainda disse que, diante da recente troca no comando do departamento que cuida deste setor na prefeitura, espera uma melhora na prestação de serviço e também uma mudança de postura da administração, no sentido de colocar o maquinário para atender a todos e não apenas a alguns grandes proprietários de terra.

O vereador Mauro Celso de Souza Santos, o Mauro da Ração (PR), foi quem levantou a questão da assistência dada às gestantes pelo Departamento Municipal de Saúde. Primeiramente disse que foi procurado por algumas usuárias que reclamaram da falta de um ginecologista nos PSFs para acompanhamento nas primeiras 30 semanas de gestação, serviço que estaria sendo realizado pelo médico titular de cada unidade. De acordo com as queixas, segundo o parlamentar, na maioria das vezes esses profissionais não dominam bem a área e deixam a desejar no atendimento. Por fim, disse desconhecer se existe algum protocolo ou mesmo legislação que oriente os municípios a trabalharem assim, mas entende que essa metodologia acaba por prejudicar os moradores.

A vereadora Sandra Mara Morais da Silveira, a Sandra do Joaquim Itamar (PSDB), que já ocupou o cargo de diretora do Departamento de Saúde, fez coro com o colega e criticou o atual sistema de atendimento. Ponderou dizendo que não sabe se é alguma nova lei ou normatização dos órgãos superiores, orientando que os procedimentos sejam realizados assim, mas que, em sua opinião, aconteceu um retrocesso nessa natureza de serviço em Alpinópolis. Lembrou a época em que existia na cidade a Casa da Saúde da Mulher, local onde as grávidas dispunham da assistência de médicos ginecologistas durante toda a gestação, tinham acesso a vários tipos de exames e recebiam toda a sorte de medicamentos, entre outros benefícios. Disse que foi um período excelente para a população e que não entende como foram acabar com uma coisa que funcionava tão bem.

Rafael Freire também engrossou o discurso criticando o atendimento às gestantes do município e disse que, além de tudo, há que olhar a situação pelo lado humanitário, já que a maior parte do povo não tem condições de pagar um pré-natal particular e acaba sendo obrigado a se sujeitar a um atendimento, muitas vezes, insatisfatório.

A diretora do Departamento Municipal de Saúde, Maysa Marques Oliveira Brasileiro, disse informou que, sobre o atendimento prestado às gestantes no município, a assistência é realizada através de um protocolo de estratificação de risco, segundo as necessidades de saúde de cada uma, com objetivo de prestar uma ação diferenciada. “Buscamos que seja assistência integral e oportuna para cada paciente. Entretanto, as gestantes são divididas por grau de risco habitual, que são aquelas acompanhadas no PSF e, de 10 a 15%, as de alto risco, que são acompanhadas pelo serviço de referência, ou seja, os ginecologistas do município ou o Programa Materno Infantil (Promai) de Passos. Referente ao que foi citado na reunião sobre as cotas de exames, as gestantes tem o direito a receber os mesmos exames e na mesma quantidade ofertada quando existia a Casa da Saúde da Mulher”, disse.

Fonte: Folha da Manhã

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